quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

SUPREMO TRIBUNAL CEREBRAL

Os seres vivos possuem, internamente, um Supremo Tribunal Cerebral, gerenciado por um juiz plenipotenciário.  Agindo nesse Tribunal há ainda, um número grande, mas indefinido, de advogados, que atuam em todas as situações da vida. Um batalhão de advogados que são sempre a favor. Um batalhão de advogados que são sempre contra.



Esses advogados pululam livremente no cérebro, em plena e constante atividade, muitas vezes num arrastão organizado, mas em tempo integral. Digladiam ferozmente, por qualquer causa, por menor que seja. Vence o mais forte e sua posição permanece. 
Nessa disputa interna, esses advogados acabam por chegar ecologicamente, a uma sentença. A sentença assim construída, é passada ao juiz supremo, que autoriza a sua execução, qualquer que seja ela. Será a decisão dos seus competentes advogados internos. Será uma sentença justa e correta internamente. 
Dessa forma, o juiz plenipotenciário fica satisfeito com a sentença proferida pelo seu tribunal cerebral interno. Aplaude o trabalho dos seus advogados e fica convicto de que é a decisão proferida pela sentença é, para ele também, justa e correta, nessa situação. 
Dessa forma ainda, confirma-se que “todo comportamento é positivo e que é fruto de uma decisão interna de seu STC que é o único confiável e é altamente competente e justiceira.”
Na confirmação desse tribunal cerebral, não há crime ou pecado. Tudo passa pela decisão interna, julgada acertada. Não se cometem erros e sim uma decisão ao gosto e paladar desse juiz plenipotenciário. Hitler, pelo seu tribunal interno, não cometeu nenhum deslize. Truman disse que a bomba atômica caiu do céu. Tudo ressignificando causas e efeitos do comportamento. Há pessoas dizendo que são as mais honestas do mundo, porque seus atos e comportamentos são justos e corretos pelo seu tribunal cerebral interno. 
Discute-se a força e competência desses advogados internos. Seus valores são formados por componentes biológicos, culturais e sociais, vindos até mesmo do leite materno, compondo o seu arquivo de informações de seus limites e abrangências. Matar, roubar, assaltar, agredir, estuprar, assim como amar, perdoar etc são componentes do seu termômetro construído para cada ação a ser julgada. Roubar e matar para suprir a fome é justificável? 
Resta verificar esse possível STC na fauna, com animais de qualquer espécie, por mais imperceptível que essa decisão possa parecer. Funcionam, principalmente, no caso de fuga e enfrentamento. Um coelho toma decisões de fuga por ato imediato, por medo, enquanto um leão escolhe sua vítima e aguarda estrategicamente a hora certa de atacar. Um animal qualquer confronta o tamanho do outro e o seu poderio, em relação a si mesmo e toma a decisão da fuga ou do enfrentamento, embora ele nunca tenha visto a sua figura física, o seu porte, num espelho qualquer. Os animais têm a percepção do seu corpo por uma questão de visão aproximada. Não conhece a somatognosia. A fome e o alimento são decididos mediante possíveis perigos. Um pássaro cai no alçapão depois de decisão muito elaborada, até que seu tribunal decida pela busca do alimento ali mostrado. Venceram os advogados internos por uma decisão fatal. Era a melhor decisão para aquele momento. Ninguém bebe cicuta em vão. Tudo parte de uma decisão de seu tribunal. 

Referências 
Apostilas do curso de Master em PNL do professor Walter di Biasi 
Zeig, joffrey K. seminários didáticos com Milton H. Erickson. Livraria editora promotora de eventos. Campinas SP, 1995 
Debates sobre o tema Tomada de decisão.

Um comentário:

  1. Interessante esta posição. O diálogo interno é complexo, luta de grandes, resultados a longo prazo. A complexidade e a incerteza. Decidir o que não fazer é tão importante quanto decidir o que fazer.

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