quinta-feira, 28 de março de 2019

ANCORAGEM

Todas as vivências de uma pessoa são registradas no cérebro. As mais importantes ficam ancoradas e as demais ficam disponíveis num lixão mental, para eventual evocação. Nada é descartado definitivamente.


Ancoragem é termo náutico. Âncoras são instrumentos necessários às embarcações para paradas estratégicas. Daí a sua força como modelo a ser usado para significar também uma parada técnica nas ações do pensamento humano.
Nada mais comum é uma pessoa dizer: “estou ancorado nesta empresa há dez anos”. Uma metáfora perfeitamente inteligível. A abrangência desta metáfora vem produzindo efeitos diversificados no pensamento humano. 
Uma lembrança, qualquer que seja, pode ficar ancorada na mente de uma pessoa, por um motivo que somente ela vai saber por quê. Essa lembrança ancorada é revivida, acoplada a outro acontecimento. Assim, sempre que essa pessoa passa em determinado local, sua mente é assaltada por essa imagem ancorada. Esses momentos ancorados, essas lembranças são acessadas por uma quantidade de fatores inimagináveis. Um som, uma paisagem, uma fotografia, um vento, um sol ou uma noite estrelada, um perfume. Cada estímulo produz uma lembrança ancorada, isto é, relembrada com a emoção específica.
A ancoragem é uma das técnicas da PNL (Programação Neurolinguística), utilizada para criar ou modificar respostas associadas à um estímulo. Inconscientemente estamos expostos à ancoragem, por exemplo, quando ouvimos uma música e nos emocionamos, porque ela nos faz lembrar de alguém ou de uma situação importante. Quando ouvimos essa melodia, nossas emoções retornam no tempo e voltamos a sentir a mesma coisa do passado. Sentir um perfume ou aroma pode nos fazer lembrar algo distante e nos fazer voltar ao mesmo estado emocional dessa época.
Tal fato não diz que as vivências diárias são esquecidas. Aquelas que forem julgadas sem importância ou relevância são jogadas num lixão mental e aí ficam disponíveis para eventuais acessos. Nada pode ser considerado perdido da memória. Poucas pessoas podem se lembrar da cor de sua escova de dentes que usava no ano anterior. Isto significa que essa pessoa tinha uma escova de dentes mas a característica dela foi deletada. A voz de uma pessoa ao telefone pode ser identificada imediatamente. Ancorada e revivida num momento.
Uma aplicação psicológica da ancoragem pode ser criada para efeitos diversos. Por exemplo: marca-se um ponto qualquer do corpo para acessar uma lembrança desejada. Assim, todas as vezes que se tocar nesse ponto, vai se lembrar do que foi imaginado. Pessoas há que fazem um anel de papel de guardanapo enrolado, que coloca num dos dedos para se lembrar mais tarde de um acontecimento previsto, a compra de um presente para o aniversário de alguém. Outras, fazem uma pinta com a caneta sobre o dorso de uma das mãos para não se esquecerem de algo de deverão fazer na sua jornada. Outras, ainda, fazem tantas marcas de tinta que custam a se lembrar do que representam, mas estão consignadas.


Fatos desagradáveis acontecidos com as pessoas têm ancoragem garantida. Tal ancoragem torna-se um martírio e motivo de abatimento, de depressão ou de fobia. Luta-se para se livrar delas, por meio de técnicas de terapia breve, com efeitos imediatos. 


Referências
Apostilas do curso de Master em PNL do professor Walter di Biasi
Zeig, Joffrey K. Seminários didáticos com Milton H. Erickson. Livraria, editora, promotora de eventos. Campinas SP, 1995
Debates e discussões de participantes do curso sobre a ANCORAGEM     


sexta-feira, 22 de março de 2019

AS CÂMERAS NA ROÇA

Câmeras de vigilância podem não ser tão seguras quanto você imagina.

As câmeras assustam os bandidos pés de chinelo. E o medo é a fonte da insegurança. Onde todo mundo é bandido não basta identificação. Mas o bandido profissional se municia nas operadoras. A privacidade vai pras cucuias. Protocolos, dificuldades, “encheção de saco”. Catracas, catracas e mais catracas..... Custo benefício? Zero à direita e à esquerda. Uso correto, no lugar certo, na hora certa. Fora disto, é jogar dinheiro fora, ou ser tachado de principiante vaidoso, simplesmente!


Jeca Tatu põe câmeras na roça 
Diz que já tem gambá no galinheiro 
Gastando muita ração no chiqueiro 
Vigilância tanto mais que ele possa. 

Que fazer, se o gambá comeu o ovo 
Pois a galinha é a principal suspeita? 
O Jeca que passa o dia na espreita 
Na tela põe, sorrindo, todo o povo. 

A câmera é sempre bisbilhoteira 
Da alcova ao banheiro se divertindo 
E vê seu povo indo pra ratoeira. 

Bandido astuto sabe aonde está indo 
Estupra, mata, rouba o que mais queira 
E depois, com sucesso, despedindo.


Inclusive, esse equipamento de vigilância é capaz de acabar fazendo o caminho inverso, auxiliando os bandidos na hora de cometer delitos. Senhas fáceis combinadas à uma rede ligada à internet e sem controle de acesso são elementos que facilitam demais a vida dos indivíduos mal-intencionados. E isso pode trazer grandes riscos para o local que as câmeras deveriam ajudar a manter mais seguros. Se um hacker ou cracker brincalhão pode invadir o sistema para simplesmente mudar o foco das câmeras, uma quadrilha especializada consegue facilmente identificar a rotina dos seguranças ou moradores. Os bandidos conseguem assumir o controle das câmeras sem realizar grandes esforços, mudando a direção para a qual elas se encontram apontadas, interrompendo gravações e alterando o nível de zoom dos equipamentos. ou, então, desligar o circuito para que realizem um assalto sem que sejam reconhecidos, ou simplesmente fazer vídeos para uso posterior.

terça-feira, 12 de março de 2019

CORTAR UM MAL PELA RAIZ?


Nem um papa, nem um juiz. Nem o somatório das seitas religiosas. Ninguém é ladrão, assassino ou pedófilo sem impulsão fisiológica. Além disso, tudo é ressignificável. Desvios de conduta e de personalidade têm causas indefinidas. Salve-se quem puder. E quem será capaz de cortar o mal pela raiz? Um papa ou um juiz pode atirar a primeira pedra?



CORTAR UM MAL PELA RAIZ

Nada vale o Papa mandar matar
Em fogueira na porta do convento!
Esses crimes se espalham pelo vento
Vindo a fonte do prazer condenar.

Tal transtorno não pode ser julgado
Por essa tendência obsessiva.
A vontade animal é concessiva
Pelo seu tipo do bicho rosnado.

Quem pode cortar pela raiz o mal?
Essas delícias de cada tendência
Que faz cada pessoa original?.

Prazeres malditos de uma existência!
Como serpente num gesto fatal
Curte as profundezas de uma demência.

quinta-feira, 7 de março de 2019

MEDO?

É UMA SIRENE DIGITAL DETONADA PARA A FUGA


O medo tem a fonte conhecida. Assim, a pessoa sabe de que tem medo. Ansiedade é medo com causa difusa. Angústia é um somatório patológico. A fuga, a desistência, o afastamento. O enfrentamento pode ser uma ousadia temerária. Perder ou ganhar é o jogo da vida. Ninguém entra numa luta para perder. Entretanto, pode desistir e entregar a vitória sem lutar. No esporte, chama-se w x 0 . No reino animal, a fuga dos mais fracos é imediata.  O coelho sempre foge porque não tem recursos para defesa. Já o gavião, lá de cima, só faz jogada certa. O medo é uma sirene digital detonada para salvar pela fuga.


O MEDO

Cutucar a onça com vara curta?
Coragem, ousadia, irreverência
Falta de respeito com a eminência
Ela pode te comer – vida encurta

O medo é uma câmera digital
Que detona a sirene para a fuga
No reino animal a força refuga
Prevendo mais um desastre fatal.

Que força tem o medo nessa impulsão?
Não hesita, desaba em decidir
Que o mais forte vence, sem exceção

Assim, não existe método a medir
Que possa contar essa explicação
Pra se salvar melhor é desistir.


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