sábado, 29 de setembro de 2018

OS LIVROS


Os livros são os veículos que transportam as informações e o conhecimento da humanidade, através dos séculos. Portanto, inegavelmente, são impulsores do desenvolvimento humano.


Uma reverência imediata a Johannes Gutemberg (1398 - 1468), em reconhecimento pelo invento da prensa, por volta de 1450, na Alemanha. Daí pra cá, o mundo vem se transformando rapidamente. Agora, transformando dia a dia, tão rápidas são essas mudanças. 
Por mais assustador que possa parecer, esse livro está na mira do desenvolvimento tecnológico do século 21. Que fazer? Aguardar? O tempo, neste século, acabou. Tempo subdividido, fragmentado em tantas motivações diferentes que não há um minuto pra mais nada. Tudo correria. Nada de ficar parado, sentado. Se dormir no ponto, a carruagem passa e vai embora. Alcançá-la vai ser difícil. Tantas coisas para ver, ouvir, atualizar, aprender, modificar. E deletar e reaprender. São modificações repentinas. Algumas, inacreditáveis. 
Não se escolhem vítimas. Jovens e adultos estão no mesmo barco. Os jovens se misturam no seu mundo de novidades, mas os adultos sofrem os maiores impactos. Têm que jogar fora, têm que descartar conceitos, hábitos, informações a cada momento. Tão apegados a isso que os faz sofrer ao resistir. Adaptação somente a ferro e fogo, tudo pela sobrevivência. Ao negar, serão relegados.

E como ficam os livros? 

Há tentativas de salvamento, prevenindo-se uma derrocada fatal. Ainda se pensa que a humanidade não sobrevive sem eles. Existem centenas de eventos com o incentivo à leitura e ao livro. Encontros, seminários, feiras e bienais. 
A educação hoje é centrada em livros. Entretanto, o poder do mundo econômico e a luta pelo lucro têm colocado as editoras, as fábricas dos livros, numa encruzilhada. Isso, em controvérsia, tem feito uma derrocada na educação. O maior mercado livreiro é realmente centrado no livro didático para os estudantes do ensino fundamental. Por isso, a carga de marketing caiu sobre os jovens. O reflexo atinge os pais ou o governo financiador. Os empresários do setor editorial acharam a mina.
Os atuais livros didáticos, mesmo aprovados e distribuídos pelo Ministério da Educação, estão merecendo considerações especiais. Apresentam deficiências generalizadas, principalmente quanto a aspectos formais. Pesadões, disformes, inaproveitáveis. Parece pouco, mas as mochilas dos estudantes são cargas inacreditáveis. Ninguém pensou nisso? Em síntese, parece que o estudante é um burro de carga. Conteúdo? Sem comentar detalhadamente, estão envolvidos em quadros de cores diversificadas, supondo-se que essas formas coloridas são a modernidade. Triste engano. Páginas abarrotadas de informações que não dão descanso ou alívio ao estudante. Tem pai que é cego e nada vê e nada reclama. Há diretores de estabelecimentos que participam ou se envolvem e professores indefesos. Finalmente, o IDEB (Índice de desenvolvimento do ensino básico) no Brasil vai continuar rastejante. Mesmo para a leitura e para as contas. O estudante do ensino público não passa da primeira página. E os estudantes amam os seus livros ou estão preferindo o mestre Google? Ou o whatsapp? Tão competentes e serviçais. Disponíveis a qualquer hora do dia ou da noite.
Assim, com tantos algozes, como tirar o livro da mira do desenvolvimento tecnológico? As editoras, também, por sua vez, estão indo com muita sede ao pote. 

terça-feira, 11 de setembro de 2018

SONETOS DO CÉU AO DIABO

Inferno é um termo usado por diferentes religiões, mitologias e filosofias, representando a morada dos mortos, ou lugar de grande sofrimento e de condenação. Paraíso Lugar de recompensa das almas dos homens, após a morte. Lugar de delícias, repleto de felicidade, onde há paz e sossego.


INFERNO E PARAÍSO

Um samurai vai a um monge budista
Existe mesmo inferno e paraíso?
Como poderia saber tudo isso?
Nem tudo pode estar a nossa vista.

Sou samurai e preciso saber...
Soldado? Pareces mais um mendigo...
Vou cortar teu pescoço, é o que te digo
Assim já entras no inferno, por querer.

O samurai vê o choque da verdade
Recolhe então a espada, envergonhado.
Reconhece a clara realidade.

E o monge com sorriso disfarçado
Justifica a natural humildade.
Agora o paraíso é apresentado.


O DIABO E A CRUZ

Dizem que o diabo corre da cruz
Mas ele não parece tão medroso
Põe a capa de guerreiro bondoso
Quer dividir herança com Jesus.

Nas pesquisas tem ganhado eleição
Chamuscado e envolto na capa preta
Com tridente escondido na maleta
Multidões atrai para o seu torrão.

Salve-se quem puder ou quem quiser
Desiste daquilo que prometeu
Dos prazeres que no porão tiver.

Vou pro céu e levo tudo que é meu
Recuso as promessas que ele fizer
Nem ver! Ai de mim se não fosse eu.


INCENTIVO DO DIABO

O Diabo está investindo pesado
Na mais bela estrutura do porão
Para dar conforto e satisfação
Até velho estatuto foi alterado.

Foi aprovado no legislativo
Lei de incentivo ao pecado mortal
Entrada franca, chamada geral
Basta alguém acessar no aplicativo.

No carnaval há damas e cavalheiros
Nos pacotes livres de temporário
No curso - Graduação de Trapaceiros.

Eternidade até no crediário
Sem comprometimentos entre parceiros
Sem cadastro, pelo facilitário.
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