quarta-feira, 31 de outubro de 2018

MODELAGEM NA PNL

 Cada povo ou nação tem os seus modelos, permanentes ou temporários, e por eles se miram. se comportam e se definem.




Richard W.Bandler, (1950, New Jersey, EUA) o criador da PNL (Programação Neurolinguística), iniciou suas pesquisas procurando padronizar uma metodologia para a modelagem. Posteriormente, associou-se ao professor de Linguística, John Grinder, (1940) para, juntos, encontrar e fundamentar a estrutura básica da própria PNL. A modelagem foi, por assim dizer, o ponto de referência e de partida.

INTRODUÇÃO
O ser humano, querendo ou não, consciente ou inconscientemente, está sempre a cata de modelos. Com isso, a modelagem inicia-se no leite materno. Segundo Freud, a estrutura da personalidade do ser humano está formada até os três anos de idade. Seria como se fosse o alicerce de uma casa. Daí pra frente, as condições socioculturais vão dar sequência àquilo que ele estabeleceu em sua planta de casa. Palacete ou choupana. Tudo vai depender dos modelos que ele encontrar no seu desenvolvimento: encontrar, aceitar, admirar, incorporar e entronizar.
Assim, ninguém deixa de ter um modelo na sua passagem de criança a adulto. Do herói ao anti-herói. Ou melhor, qualquer vilão pode ser um herói, um modelo, para um outro ser humano. Vai admirá-lo e entronizá-lo nos conceitos, princípios e comportamentos.
Em situações de desenvolvimento, a criança passa a admirar os pais e a confiar neles. Identifica, reconhece e aceita a sua condição social e financeira. Nesse processo, passa a valorizar com mais admiração o pai ou a mãe. Modelando sempre.

NA SOCIEDADE
O teatro da vida abre suas cortinas para o público em geral e cada pessoa admira o comportamento, os princípios e valores de algum ator ou atriz. Julga: condena ou absolve. De qualquer maneira, está chamuscado por alguma tintura. Seus modelos interiores falam mais alto nos julgamentos. Não há escapatória. O tribunal interno está em pleno funcionamento dia e noite. Esse tribunal é inevitável. Assim ocorre em termos de religião, política ou esporte, etc. Modelagem ao vivo.


MODELAGEM INTENCIONAL
Este tipo de modelagem vai surgir em função de interesses pessoais. Modelar uma pessoa de sucesso, de alto conceito intelectual ou físico tem as suas barreiras e limitações. Pode-se modelar o terapeuta, Lair Ribeiro, em vários segmentos ou atitudes. O tom de voz, o modo de vestir, a gesticulação, as expressões faciais, o modo de andar, a finesse no tratamento interpessoal, o brilho dos olhos, etc. Mas o conteúdo de suas palestras? Isso é outro lado da medalha. A experiência profissional, a formação em medicina, os estudos e o sucesso na vida afetiva e profissional não está no jogo. Se tal modelo está livre, o modelador teria que se graduar em medicina, exercer a profissão e depois, julgar-se semelhante a Lair Ribeiro. Semelhante ou parecido. Nunca igual. Um jogador de futebol pode modelar o famoso Pelé, podendo alcançar até melhores resultados do que o próprio mestre. Assim evolui a humanidade. Antes de tudo, surge a admiração.


TÉCNICAS DE MODELAGEM
Para a realização da modelagem intencional seguem-se técnicas que a PNL preconiza, baseando na sistematização de Richard Bandler e John Grinder. Organizaram fases de observação integral ao modelo. Foram sistematizadas as técnicas de CALIBRAÇÃO e de ESPELHAMENTO, em decorrência. Detectaram, ainda, formas de comunicação verbal para o sucesso das atividades profissionais, terapia gestalt e terapias breves, fobias etc. Nessas pesquisas, não se referem à Semiótica em suas linhas conceituais, mas chegaram a pontos muito próximos. Valorizaram a linguagem, antes mesmo que linguística, que é apenas uma vertente da Semiótica. Na modelagem, tudo fala. A linguagem, a voz, o tom de voz, finalmente, a própria fonética. Tudo produz indícios, que os alfabetizados atentos e focados conseguem ler ou decodificar. Por isso mesmo, a modelagem é a própria vida. Cada povo, em sua nação, escolhe seus modelos, mitos, heróis, ícones e símbolos, permanentes ou temporários e, por eles, se miram, se comportam e se definem. De Jesus a Judas.

Obs. As informações e as interpretações não podem se restringir a um círculo de giz (*). A extrapolação é a abrangência e a elasticidade do conhecimento. Na campimetria visual, dimensiona-se a extensão da percepção. Há espelhos para todos se mirarem. 

(*) circulo de giz – um método de abate do peru que era utilizado no interior Brasil, onde a ave ficava embriagada e presa num circulo desenhado no chão.



Referências
Apostilas do curso de Master em PNL do professor Walter di Biasi
BOONE.R.Daniel. Sua voz está traindo você? Editora artes médicas sul ltda.Porto Alegre, 1991.

sábado, 27 de outubro de 2018

RAPPORT

RAPPORT - Palavrinha de origem francesa, capaz de abir a caixa preta de sentimentos e emoções.


A PNL ou Programação Neurolinguística – foi criada e desenvolvida na década de 70, na Universidade Santa Cruz – Califórnia (EUA). A fonte inspiradora de sua criação, ou do seu descobrimento, foi o interesse na modelagem.

Modelagem? Sim, verificar modelos de pessoas de sucesso e procurar identificar seus padrões de comportamento. Como essas pessoas trabalhavam e como desenvolviam suas atividades no dia a dia. Um método de observação ou de imitação. Copiar, no sentido mais exato. Daí, foi elaborada a técnica do espelhamento. 

Não seria conveniente imitar pessoas de baixo rendimento ou  pessoas que não tinham sucesso nos seus empreendimentos. Parece óbvio, mas isso foi a ponta do iceberg. Daí começou tudo. Um lado da neuropsicologia e outro da linguagem. E muita observação e sistematização de resultados.

Vários pontos de relevância foram detectados. Estabeleceram-se técnicas para alcançar os melhores padrões de resultados. Para início de uma conversa, nada seria mais importante do que a técnica do RAPPORT. Uma palavrinha de origem francesa que significa  “relacionamento”. Aqui, busca-se “bom relacionamento”.

Antes de se iniciar qualquer atuação, abordagem ou tratamento, um bom relacionamento é fundamental. Sem isso, como diria popularmente, “tudo vai para o brejo”. Conta-se que para trazer um bezerro ao curral, leva-se uma garrafa de leite. Por isso, abro este estudo, fazendo algumas observações sobre o rapport.

RAPPORT - Qualquer abordagem interpessoal inicia-se com uma conversa qualquer, fora do contexto, mas que o visitante o  traz em sua bagagem mental.

PRIMEIRA PALAVRA - Antes, um “bom diiiia”. Observe que o tom de voz e a entonação desse “bom dia” vêm carregados de sentimentos identificáveis imediatamente por qualquer pessoa. Há muitas espécies de “bom dia”. Do ríspido, do autoritário, do agressivo, do formal, do amigável, do receptivo, do doce, do veludo e do mel. Por isso, qualquer pessoa, criança ou adulta, identifica o invólucro dessa simples saudação inicial. Algumas pessoas pensam que não há necessidade de tantas reverências. Mas são duas palavrinhas só e precisam ser envolvidas em cores e sabores especiais. Daí pra frente, tantas coisas vão depender disso. Isso faz parte da linguagem, simplesmente. Nem é linguística. Custa caro?

CONTINUANDO - Continuando com esse “bom dia”. O rosto das pessoas não mente. O visitante, cliente, amigo, familiar, ou quem quer que seja, decodifica seu estado interior de forma imediata, total e verdadeira. Os músculos da face dizem tudo o que a pessoa pensa. As expressões fisionômicas falam. Por isso mesmo, esse “bom dia” vem com as cores e os sabores de sua mente. Fotografados. Pense nisso.

CONTINUANDO O RAPPORT – Depois do “bom dia” quem está recebendo a visita, deve abrir a sua caixa de receptividade. “como vai? Tudo bem? Muito prazer em te ver, etc”, convidando para entrar e sentar. Movimenta-se. Culturas orientais exigem reverências e curvaturas da coluna. 

ORELHA EM PÉ – Entrar num transe leve, ou, concentrar-se totalmente, inteiramente. O visitante vai falar alguma coisa. Deixe-o falar. O papo inicial é uma fita gomada. Deve descobrir uma referência qualquer desse visitante e agarrá-la para formular uma pergunta simples para inicio de conversa. Isso significa que o assunto inicial deve ser trazido pelo visitante. 

INÍCIO DE CONVERSA – Esse início de conversa é informal e nada tem a ver com o assunto a ser tratado. Não se deve polemizar nem discordar em nada do que o visitante disser. Simplesmente estar ligado ao assunto, sem dar o seu  próprio parecer, ficar em sintonia, e focado. Ouvir tudo e com total atenção.

DURAÇÃO DO RAPPORT – Essa conversa inicial tem um tempo de terminar para, logo depois, tratar do assunto relevante da reunião ou visita. O assunto vai esfriando e aproveita-se para entrar no tema principal. Tem um limite de tempo. Um rapport longo ultrapassa a sua necessidade e perde-se tempo. Pode tornar-se monótono.

QUEBRA DE RAPPORT – Basta olhar o relógio, mesmo disfarçadamente, que o rapport vai por água abaixo. Quebra-se o transe. Atender celular, nem pensar. Olhar para fora, nem pensar. O rapport é um fio muito tenro e quebra-se ou rompe-se facilmente. É uma linha que vai abrir um relacionamento. Todo cuidado é pouco. Recomeçar é sempre mais difícil.

UM BOM RAPPORT – É meio caminho andado para o sucesso. Dele podem surgir boas amizades.

VIGÊNCIA DO RAPPORT – Um bom rapport pode ter vida curta e desaparecer  nessa primeira visita. Ele seca naturalmente. Entretanto, em alguns casos, um rapport pode permanecer vivo por muito tempo ou por muitos anos. Assim, o visitante encerra um negócio, mas pode iniciar uma amizade duradoura. Daí pra frente, o pré-rapport permanece vivo no inter-relacionamento de pessoas ou grupos.



Referência
Apostilas do curso de Master em PNL do professor Walter de Biasi., 1994. Belo Horizonte

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

CRÍTICA LITERÁRIA

MACHADO, Santiago, Silviano. Cia das Letras, 1ª Ed. 418 pag. São Paulo, 2016. 



O romance do Silviano Santiago foi tão premiado pelos jabutis da vida e tão referendado que eu, como mineiro, me vangloriei em princípio. 

Tanto falaram dele, em páginas inteiras publicadas no jornal Estado de Minas que a obra vem alcançando outras tantas referências elogiosas. Esses jornalistas recomendam e vasculham a obra do autor. Falam de Stela Manhattan e Machado, principalmente entre os seus 90 outros. 

Os jornalistas afirmaram que leram e avaliaram tão bem esses livros que eu fui logo à livraria garantir os meus exemplares, antes que se esgotassem. 

Em primeiro lugar, fui me extasiar com o Stella Manhattan. Infelizmente, o assunto não me garantiu chegar ao final. Queria tanto estudar mesmo o romance Machado. 

Minha expectativa ao pegar livro do nosso mineiro Silviano era conhecer alguns aspetos emocionantes da vida de Machado de Assis. Tentei me controlar para fazer uma leitura da maneira que fazia quando lia Jorge Amado. 

As primeiras páginas foram me colocando numa realidade que não imaginava. Fui indo e vi que não estava saindo do lugar. Peguei um bonde e o bonde não ia nem vinha. Que faltava? 

No emaranhado da esquizofrenia literária, resolvi consultar o Dicionário da Medicina Popular, muito recomendado no livro e garantido nos meados do século 19. 

Por ele, graças ao bom Deus, aprendi a diagnosticar, sem medo de errar, todos os sintomas da epilepsia. Valeu tanto que fiquei na página 56, sem precisar de chegar ao fim do livro, porque não tinha mais necessidade. 

Valeu e garantiu o retorno do meu investimento. Apenas me ficou na mente um resíduo do soneto do Machado: “teria mudado a literatura ou mudei eu?”


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