HOMENAGEM, RESPEITO E GRATIDÃO
Realiza estudos
sobre a cardiopatia chagásica crônica e aguda, marco histórico do conhecimento
e divulgação dessa patologia. Combate aos “barbeiros”, triatomíneos, foi a sua
bandeira. Diretor do Centro de Estudo e Profilaxia da Moléstia de Chagas, da FIOCRUZ
- em Bambuí, MG, a partir de 1943, no combate incessante ao vetor do Triatoma
Infestans, o inseto Barbeiro, hospedeiro dos casebres rurais, principal
transmissor da doença de Chagas.
Filho
do médico e pesquisador doutor Ezequiel Dias, nascido em 1908, dedicou sua
vida à pesquisa científica, principalmente sobre o vetor da DOENÇA DE CHAGAS,
em colaboração a Carlos Chagas, seu padrinho de batismo e a Oswaldo Cruz. Toda
a sua vida foi centrada na pesquisa do vetor, Triatoma Infestans, hospedeiro
transmissor, o inseto “barbeiro”, por suas fezes e não pela picada desse
inseto, causador da Doença de Chagas,
Tripanossomíase, identificada pelo doutor Carlos Chagas, em 1908.
O
pai era vinculado à Fundação Oswaldo Cruz, e ele, Emmanuel, integrou-se aos
temas pesquisados pelo pai, graduou-se em medicina e dedicou-se ao estudo e à
pesquisa científica, até a sua morte, em 1962, num acidente automobilístico.
Após
defesa de tese para graduar-se em Medicina, por concurso, foi admitido como
biologista do Instituto de Manguinhos (RJ), único vínculo empregatício de sua
vida. Em
1933, casa-se com Nícia de Magalhães Pinto, de família mineira, tendo os
filhos, Emmanuel, Eduardo, João Carlos, Ezequiel e Aloísio. Neste mesmo ano, foi designado pelo diretor do Instituto Oswaldo Cruz, doutor Henrique de
Beaurepaire Aragão, a liderar o Centro de Estudo e Profilaxia da Moléstia de
Chagas, CEPMC, sediado na cidade mineira
de Bambuí. Foi descoberto um grande surto da doença nessa cidade. Nesse
trabalho, faz o mapeamento da região infectada, identificando as regiões de
maior incidência da doença, as residências rurais. Desenvolve o estudo da área
clínica, da epidemia e controle do vetor, o estudo e tratamento de casos
crônicos e agudos.
Ao
lado de outros médicos pesquisadores, realiza estudos da cardiopatia chagásica
crônica, que se tornou o marco histórico do conhecimento e divulgação dessa
patologia. ED dá auxílio a pesquisadores e faz alianças com toda América
Latina, em congressos, encontros internacionais. Formou equipe de trabalho, com
pessoal também da cidade, realizou
treinamento e fez o trabalho de campo, casa a casa.
No
meio rural, as casas de pau a pique, com frestas nas paredes, eram o local
preferido pelos barbeiros para se esconder dos predadores naturais, as aves. Essas
aves não se contaminavam pelos insetos. Entretanto, os demais animais eram,
como os humanos, vítimas deles e tornavam-se transmissores indiretos.
Especialmente
numa das residências rurais, foram encontrados 10 mil insetos Tripanossoma
Infestans, os mais perigosos. Uma das metas do CEPMC, em Bambuí, foi a proposta
de caça aos insetos causadores da moléstia. Essas ações deram início à
possibilidade de o Brasil conquistar o certificado de interrupção da
transmissão pelo Tripanossoma Infestans, em 2006.
O
combate aos triatomíneos foi uma das bandeiras, buscando colaboração de
químicos, físicos, arquitetos, educadores, militares, políticos. A descoberta
de um inseticida eficaz no combate ao “barbeiro” foi fundamental para
eliminação da transferência da moléstia, pelo principal vetor.
Doutor
Emmanuel Dias deixou 154 artigos publicados para continuidade de sua bandeira. Faleceu
em 1962, aos 54 anos de idade. Em Bambuí, o seu trabalho tem continuidade e, em
sua homenagem, passou a chamar POSTO AVANÇADO DE PESQUISAS EMMANUEL DIAS.
O
pai, Ezequiel Dias, foi o seu incentivador, juntamente com seu padrinho Carlos
Chagas. Entretanto, seu filho, o médico, DOUTOR JOÃO CARLOS PINTO DIAS, seguiu
os passos do pai e do avô, tornando-se hoje, o maior pesquisador da Doença de
Chagas de todos os tempos, como médico, vinculado ao Centro de Pesquisas René
Rachou – FIOCRUZ – em Belo Horizonte.
Embora
a transmissão da moléstia de Chagas pelo vetor barbeiro e pela transfusão de sangue, esteja eliminada
no Brasil, há ainda casos verificados nos estados do Amazonas e Pará.
Atribui-se ao consumo de frutas tropicais contaminadas. São novos focos de
transmissão por vira oral. Em Santa Catarina verificaram-se casos de
contaminação de turistas por ingestão de caldo de cana de açúcar. Além desses,
houve outros casos no norte do país. Em 1960, registra-se o caso em que alunos
e professores de um curso de Agronomia adquiriam a doença por ingestão de
alimentos contaminados, por descuido na sua conservação, com urina de roedores
contaminados, possivelmente.
Há
também possibilidade de transmissão vertical via placenta (mãe para filho).
A
transmissão por via oral nunca foi investigada com profundidade
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