O mito das provas. Elas representam indícios e podem ser construídas para aprovar ou reprovar. Em jogo a intencionalidade.
Os indícios estão disponíveis à decodificação ou à interpretação de qualquer pessoa. Cada qual interpreta como pode, de acordo com seu nível cultural. Ou como lhe convém? Dependem, entretanto da acuidade perceptiva de cada ser humano. Assim, a visão, a audição, o olfato, a gustação e, finalmente, a cinestesia (peso, textura, etc.) ficam alertas. Cada qual no seu posto de observação e de vigilância.
Uma nuvem que se torna escura e um relâmpago são indícios de chuva por perto. Pode não chover. Entretanto, os indícios estavam disponíveis e podiam prever chuva por perto. Houve indícios.
Uma febre que surge inesperadamente não é uma doença em si. É um aviso de que há alguma coisa que não está indo bem no corpo humano. É um indício.
Onde há fumaça há fogo. É uma crença. Entretanto, pode não ser verdadeira, mas é um indício.

As provas pedagógicas ou provas de seleção apresentam indícios de conhecimento, inteligência, capacidade profissional ou personalidade. Usam-se instrumentos indiretos que proporcionam alguma fidedignidade. Não deixam de serem indícios. Seus resultados, entretanto, tornam-se passíveis de interpretações diferenciadas. A fidedignidade será fruto de aplicações repetidas, a público assemelhado e delimitado, e em condições idênticas, para padronização e garantia de credibilidade nos seus resultados, como são feitos os testes psicológicos.
Em continuidade, também o olfato revela outro mundo de sensação e de percepções. Transportam indícios de fácil tradução, vindos pelo vento, pela natureza, pelos perfumes e por tantos outros odores, catalogados internamente. O olfato entrou em decadência quando o ser humano foi se transformando em bípede. Entretanto, forte ainda, é capaz de provocar as mais divergentes reações. O despertar do sexo, da volúpia, da libido. Ou da náusea e da rejeição. Representam indícios seguros para interpretação imediata.

Em continuidade, ainda, há os futurólogos que são capazes de fazerem previsões. São pessoas cultas e estudiosas que estão analisando e prevendo acontecimentos, até mesmo o destino da humanidade. Suas teorias são indícios.
Há os meteorologistas que interpretam dados para o clima em qualquer parte do mundo.
Há os astrônomos que utilizam equipamentos sofisticados para alcançar as grandes distâncias do espaço e calcularem os fenômenos da natureza, a vida dos astros. Embora haja equipamentos que calculam com precisão, suas teses podem ser consideradas, algumas vezes, como indícios.
A grafologia e a quiromancia especulam traços de personalidade, comportamento e previsões.

Não há argumentos contra os indícios. Se houver um indício, existe uma possibilidade. Por outras vezes, mesmo sem indícios, as coisas acontecem. Entretanto, os indícios são inumeráveis e não catalogáveis.
Ah! E os sonhos? Trazem algum indício? Freud foi também um explicador de sonhos.
Assim, os indícios estão disponíveis. Cada qual tira as suas conclusões, dentro das possíveis controvérsias. E a discussão reforça as teses.